quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

«O AMARELO DA CARRIS»

Quando a CARRIS renovou o amarelo da sua frota Lisboa ficou mais bonita, mais alegre.

Eu gostei.

Aproveitando a velocidade média dos transportes urbanos -- Cerca de 14 Km/H -- a publicidade passou a ser veiculada através da aplicação de uma película pontilhada na carcaça dos veículos para exibir as qualidades do produto em promoção.





Do exterior, essas imagens em movimento, diminuindo o pontilhismo de Roy Lichtenstein fariam lembrar os trabalhos de Paul Signac? A face de uma jovem de Roy -- Em movimento na animação da banda desenhada -- é menos volúvel que as ramagens da árvore de Paul ao vento.





Estarão os passageiros que viajam, para cá dessa capa pontilhista, forçados a resignar-se ao poema de Cesário Verde «Nas nossas ruas, ao anoitecer,/ Há tal soturnidade, há tal melancolia,/ Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia/ Despertam um desejo absurdo de sofrer.// (...)»



Fontes:


«POP ART»
Klaus Honnef; Ed. TACHEN
«POESIA COMPLETA» Cesário Verde; Ed. DOM QUIXOTE
Ilustração: Gentileza Google

20 comentários:

o que me vier à real gana disse...

Olá, boa noite!

Este é mais um blog k vale a pena..., sem dúvida!

Teresa Durães disse...

Pelos rostos que observo nos transportes públicos, curiosamente excepto no barco do Montijo que apanho todos os dias, os passageiros vão sempre com ar macambúzio. Então no metro...

Justine disse...

Este teu atraente post é para mim um convite irrecusável para revisitar as obras de Lichtenstein e de Signac e para reler(reler, sempre)Cesário Verde.
Quanto à cidade,a soturnidade está sempre nos olhos que a olham. Às vezes parece-me tão cintilante - e desperta-me um desejo absurdo de dançar:))

pin gente disse...

muito bonito... o pontilhismo... o amrelo... lichtenstein... cesário... signac... o teu texto

um abraço em tons de belo amarelo
(a minha cor preferida)

Arábica disse...

Entre analogias, descubro-te a passear por uma cidade, atento à vida real dos que a habitam, sem contudo estar desconectado da alma da cidade e do homem...


Essas nostalgias de inverno! :)



Beijo e bom fim de semana!

vida de vidro disse...

A vida não está para grandes alegrias. Mas gosto do amarelo da Carris. É cor no cinza deste Inverno. **

Graça Pires disse...

Gosto do amarelo da carris, do pontilhismo de Roy Lichtenstein e de Cesário Verde. Tudo aqui muito bem articulado. Excelente. Um abraço.

Lady disse...

Eu também gostei da mundança!
Quanto à arte, foi um marco sempre positivo na evolução artistica, mas garanto que nada se compara, à hora de ponta dos transportes urbanos! ;))) E os rostos que os marcam... existem para todos os gostos... um pouco de tudo!

Bjinhos e um bom fim de semana

mfc disse...

A vida é pontilhada pelos contrastes...e pela ausência deles!

OUTONO disse...

Através de um Amarelo da Carris...soubeste folhear outros traços amarelos de uma cultura, que quantas vezes se esgota...porque ignorada!

Boa edição.

Nota...que saudades desses amarelos, não poluentes...e que tinham o mais sofisticado sistema motriz e de travagem.

Um abraço

mdsol disse...

Muito interessante este post! Asim a obrigar a sair da espuma das coisas!
:))

maria disse...

Uma bela escolha
Excelente articulação
A qualidade e sensibilidade de sempre
Beijo

Pedro disse...

Muito artístico este poste!

É Lisboa, é aquela alma nostálgica que faz as ruas ao anoitecer apertar o coração.

Alberto Oliveira disse...

eu era mais - no antigamente
que de cinzento se vestia toda a gente,
para o macambúzio (há quem prefira tétrico)
e detestava andar de eléctrico.

transportava-me normalmente a pé
da rua do arsenal ao cais d´sodré.


abraço.

luis lourenço disse...

JPD!

belos apanhados...leves apocalípticos e pesados mas bem humorados...

Abraços

lélé disse...

Pois... Os passageiros não têm direito a nada! Só quando sairem do "amarelo da carris"... e talvez, porque, em alguns, o tenebroso desejo fica entranhado!...

vieira calado disse...

Num me hei-de esquecer do "amarelo" do Carmo, que eu apanhava para o meu 1º emprego, na Estatística.

Um abraço

Carla disse...

não sei se é desejo de sofrer, ou se o sofrimento existe memso em quem anda nos transportes públicos..adoro as imagens de Lichtenstein...cheias de sensualidade e beleza
beijos

Unknown disse...

Eu devo ser do contra ... tenho saudades dos electricos amarelos , com as portas e janelas abertas , e de saltar em andamento!!
hehehehehe

Salte até ao meu canto se lhe apetecer!

Boa semana

Nilson Barcelli disse...

Gosto do amarelo da Carris.
E do vermelho do Benfica...
Abraço.