Sabe tão bem,
manhã cedo,
ao pequeno-almoço,
à hora certa,
uma madalena!
ao pequeno-almoço,
à hora certa,
uma madalena!
Não
«Em Busca Do Tempo Perdido»
Sequer
«O Tempo Reencontrado»
«Em Busca Do Tempo Perdido»
Sequer
«O Tempo Reencontrado»
«Medir o tempo é estabelecer uma cronologia.»
«Tempo
A principal característica do tempo é a irreversibilidade:
- Provoca lamento dos poetas;
- Faz vibrar o aceno fúnebre do «nunca mais»;
- Dá às coisas que nunca veremos duas vezes essa extrema acuidade da volúpia e de dor onde o absoluto do ser e do nada parecem aproximar-se até confundir-se;
- Prova que uma vida vale de uma vez por todas.
As três dimensões do tempo são:
o passado, o presente e o futuro.
Nestas três instâncias há:
- Um presente relativo ao passado: Memória;
- Um presente relativo ao presente: Percepção;
- Um presente relativo ao futuro: Expectativa.
(Vide. «Confissões» Santo Agostinho Livro XI Pgs 297 a 315 da INCA)
Enquanto nós podemos agir sobre o espaço, através da rapidez incessantemente acrescida dos meios de transporte, não podemos agir sobre o tempo.
O espaço é o sinal do nosso poder;
O tempo é o sinal da nossa impotência.
A estrutura temporal da nossa experiência é tão constrangedora que o homem sempre sonhou libertar-se dela e o desejo de eternidade se exprime em quase todas as religiões e no comportamento do homem, que procura sobreviver a si próprio através das suas obras ou dos seus filhos.»
A principal característica do tempo é a irreversibilidade:
- Provoca lamento dos poetas;
- Faz vibrar o aceno fúnebre do «nunca mais»;
- Dá às coisas que nunca veremos duas vezes essa extrema acuidade da volúpia e de dor onde o absoluto do ser e do nada parecem aproximar-se até confundir-se;
- Prova que uma vida vale de uma vez por todas.
As três dimensões do tempo são:
o passado, o presente e o futuro.
Nestas três instâncias há:
- Um presente relativo ao passado: Memória;
- Um presente relativo ao presente: Percepção;
- Um presente relativo ao futuro: Expectativa.
(Vide. «Confissões» Santo Agostinho Livro XI Pgs 297 a 315 da INCA)
Enquanto nós podemos agir sobre o espaço, através da rapidez incessantemente acrescida dos meios de transporte, não podemos agir sobre o tempo.
O espaço é o sinal do nosso poder;
O tempo é o sinal da nossa impotência.
A estrutura temporal da nossa experiência é tão constrangedora que o homem sempre sonhou libertar-se dela e o desejo de eternidade se exprime em quase todas as religiões e no comportamento do homem, que procura sobreviver a si próprio através das suas obras ou dos seus filhos.»
Aproxima-se o Natal.
Porque razão, os promotores de relógios de marcas prestigiadas anunciam os seus modelos com os ponteiros das horas e dos minutos nas «Dez e dez» ou se quiserem, nas «Catorze menos dez»?
Enquanto não descobrir, optarei pelo "Tempo Dali"
Porque razão, os promotores de relógios de marcas prestigiadas anunciam os seus modelos com os ponteiros das horas e dos minutos nas «Dez e dez» ou se quiserem, nas «Catorze menos dez»?
Enquanto não descobrir, optarei pelo "Tempo Dali"
Fonte:
- Revistas da semana
- Dicionário Temátio Larousse «Filosofia» Entrada «Tempo» Ed. Circulo de Leitores
- «Confissões» Santo Agostinho Ed. INCM
- «Em Busca Do Tempo Perdido» Marcel Proust Ed. Relógio de Água
Ilustração: Gentileza Google
19 comentários:
10 e 10 será a hora mágica? Será uma imagem, que subliminarmente nos leva a pensar que temos de saber que horas são?
Gostei muitíssimo da constatação de que o espaço é o sinal do nosso poder, enquanto que o tempo é o sinal da nossa impotência.
Também gosto de relógios. Quanto ao tempo gosto do título de um livro de Marguerite Yourcenar: : O tempo esse grande escultor.
Um abraço.
O Tempo é um safardana!
Caro José:
Em relação à posição dos ponteiros dos relógios nos expositores das relojoarias, ourivesarias ou em publicidade diversa, penso que ela se deve a uma mera questão estética-filosófica: os ponteiros em forma de asa, anunciando em como o tempo voa.
(esta foi boa... )
Nós e o tempo: quanto mais tempo pedimos mais exigimos que ele passe depressa. Ainda ontem, por exemplo: o 1 a 0 do Sporting era tão curto, que todos os lagartos pediam às alminhas que aquilo acabasse o mais depressa possível...
Abraço.
Nem eles nos salvam! ;)
Jinhos
Olá José Duarte,
...pois eu, que até costumo chamar de vampiro ao tempo, gostei bastante desta tua publicação!
Será que os ponteiros, lembrando braços abertos, estão em busca de novo dono?
A resposta do nosso amigo comum Legível, parece-me bem pertinente.
A imagem é sem dúvida apelativa.
E neste tempo e neste espaço, aqui ficam os votos de uma boa semana
esse pormenor dos relógios nunca tinha apercebido. Não os uso: não gosto do tempo controlado
Então a convalescença da gripe deu-te para filosofares acerca do tempo. Excelente tema!
Eu fico-me com a inquietação que sempre me provocou o relógio do Dali, aquela coisa a escorrer e a desvanecer-se, como os meus dias cada vez mais curtos...
"O Papalagui não se apercebeu ainda do que o tempo é, não o compreendeu. É por isso que o maltrata, com os seus modos rudes."
"O Papalagui - discursos de tuiavii chefe de tribo de tiavéa nos mares do sul", recolhidos por Erich Sheurmann, Edições Antígona – Lisboa, 1999
Por acaso já me explicaram a razão dessa colocação dos ponteiros...mas...esqueci-a rsrsrs
Gostei do post! O tempo...ah! o tempo.
Meu caro
Por incrível que pareça...tocaste, numa das minhas magias...ou se quiseres ...num dos meus gostos (leia-se também gastos). RELÓGIOS!
Amo-os...até ao amanhecer.
A disciplina do tempo, desde a clepsidra, ou do relógio de sol, é uma temática apaixonante...onde se conjugam diferenças e ritmos...
E a conversa, duraria horas...ao cronógrafo...muito diferente de cronómetro.ATENÇÃO...não sou relojoeiro!
Como ponto final...(perdoa-me) fica mais vezes "engripado", porque ficas mais criativo...FOI UM DESABAFO, dum louco pela relojoaria e pelas canetas de aparo dócil.
Quanto à configuração dez para as duas...é longa a história...e são várias as teorias...mas o certo é que se trata de uma definição universal de apresentação bela da função dos ponteiros...tendo em conta que cada relógio é uma obra de arte...mesmo alguns de plástico, que já valem para cima de 500€...
Abraço a horas.
Ai, o tempo... olha para o que te deu a gripe! É um assunto que me põe melancólica, pronto! :)
Essa dos relógios, ainda não tinha reparado, mas vou passar a olhar...**
Olá JPD! gosto muito do teu post... brilhante eflexão com toques de poesia...a imagem do Dali é um encanto...os relógios são preciosos...o presente é um nada entre dois nadas.o passado que já foi e o futuro que ainda não é...tantas vertentes para o tempo...como tão bem sugeres...
grande abraço
Um excelente post sobre relógios, o espaço e o tempo.
Abraço.
comoa adoro este quadro do Dali vou pela tua opção...adorei o teu texto, principalmente da definição "O espaço é o sinal do nosso poder;
O tempo é o sinal da nossa impotência"...realidade inexorável
beijos e bom fds
"Não havia Tempo nem Espaço,
antes do Princípio"
Santo Agostinho (séc IV)
"O tempo é uma abstracção"
Stephen W. Hawking (séc XX)
gosto de relógios mas não os uso
do tempo... detesto a frase "o tempo tudo cura!"
um abraço sem hora marcada
10 e 10 é a hora inócua (informação dita baseada em estudos)
estragado o pequeno almoço com a madalena, bolas!
Tempo...
Sabes, gostei imenso de ler as tuas palavras, mas prefiro dizer pouco, porque sinceramente o tempo ocupa-me a vida... E isso já é bastante. É tema para um livro.
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