Há pouco, pensando nas palavras de Montano, lembrei-me de «A Memória de Shakespeare», aquele conto de Jorge Luís Borges que surgiu de um sonho que o escritor argentino teve num quarto de hotel de Michigan, quando viu homem sem rosto que lhe oferecia a memória de Shakespeare; não lhe oferecia nem a fama nem a glória -- que teria sido trivial --, mas sim a memória do escritor, a memória da tarde em que ele escreveu o segundo acto de «Hamlet».
(...)»Pg.7; 3º§In:
«O MAL DE MONTANO»
Enrique Vila-Matas
Ed. Teorema
9 comentários:
... quer dizer que aconselhas
Parece que é um tipo que sofre de literaturite aguda, não é?
Deve ser interessante, mas não será contagioso?...
há memórias que valem ouro...pelo menos para quem as souber decifrar
beijos
pergunto-me se não teremos já memórias que cheguem! e, ao mesmo tempo, como será ter uma memória de algo vivido por outrém?
que inquietação!
abraço
luísa
Memórias... Parece, algumas vezes, que as memórias são quando nos apercebemos o quão bom foi...
Adorei este excerto. Um homem sem rosto e a memória de Shakespeare...
""Talvez a literatura seja isso: inventar outra vida que bem poderia ser a nossa, inventar um duplo. Ricardo Piglia diz que recordar com uma memória estranha é uma variante do duplo, mas é também uma metáfora perfeita da experiência literária."
- Enrique Vila-Matas -
Li em 2002, boa escolha.
Um excelente fim-de-semana para ti.
Beijinhos e até breve.
;O)
... este tema, é aquele que me dá cabo do intelecto quando me aventuro a debitar prosa, tendo por base o conhecimento (leia-se experiência) da vida e da memória da mesma. Acabo por me encontrar nos labirintos das duas e perder-me na interrogação: onde acaba a realidade e começa a ficção?
abraço.
não conheço o livro. deve ser interessante
É o que tenho em comum com o meu pc: falta de memória.
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